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sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Minha tão querida morte

Joaquim Borges de Menezes Neto

Teu ventre não mais te sustenta,
Já que partes do leito carnal.
Não só levas desse leito seus mundanos gozos,
Mas o meu próprio prazer no mortal.

São, agora, desejos tolos,
Tanto, para mim estado.
Pois por ti me mato,
A cada dia.

Embalsamado,
Por trevas e noite todo tempo.
Essa vil orgia que me é importuno.
Enlouqueço.

Sinto-te,
Tua mão pálida me toca o ombro.
Minha pútrida alma tua morte reveste,
Com solidão.

Meu ser contigo são,
Procura te seguir,
E ir.
Mas não vou e padeço,
Pois tenho ódio de ser tu, a morte.

A morte que apenas a mim morta.
Que apenas meus gozos se foram levados.
Essa viva morta, só a mim assombra.
Só meu peito ceifado.

E arromba
Os sonhos,
Dos dias mais calmos.
Os mesmos, para mim são tormenta.

Essa morte que não descansa.
E eu me entrego.

Sigo para as várzeas funebres,
Onde deito,
Meu último sono.
Volto ao leito final,
Herança da minha tão querida morte.
E viro eu, um ser alvo.