Joaquim Borges de Menezes Neto
Teu ventre não mais te sustenta,
Já que partes do leito carnal.
Não só levas desse leito seus mundanos gozos,
Mas o meu próprio prazer no mortal.
São, agora, desejos tolos,
Tanto, para mim estado.
Pois por ti me mato,
A cada dia.
Embalsamado,
Por trevas e noite todo tempo.
Essa vil orgia que me é importuno.
Enlouqueço.
Sinto-te,
Tua mão pálida me toca o ombro.
Minha pútrida alma tua morte reveste,
Com solidão.
Meu ser contigo são,
Procura te seguir,
E ir.
Mas não vou e padeço,
Pois tenho ódio de ser tu, a morte.
A morte que apenas a mim morta.
Que apenas meus gozos se foram levados.
Essa viva morta, só a mim assombra.
Só meu peito ceifado.
E arromba
Os sonhos,
Dos dias mais calmos.
Os mesmos, para mim são tormenta.
Essa morte que não descansa.
E eu me entrego.
Sigo para as várzeas funebres,
Onde deito,
Meu último sono.
Volto ao leito final,
Herança da minha tão querida morte.
E viro eu, um ser alvo.