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terça-feira, 21 de maio de 2013

Lágrimas de uma primavera triste

Joaquim Paranhos de Menezes

Se choro agora,
Tão cedo, ao florescer das rosas,
Em meio às prosas da primavera,
É que a vida me foi tão amarga,
E que me vestiu uma troncha farda
Tão severa quanto ao Fato!

E, se assim gasto minha tristeza
Ao tinto gosto do rubro vinho...
É que a medida e a estática
- Com desnecessária destreza-
Ajustaram-me, com desgraça,
Ao comprimento do enfado!

Ajustaram-me à pretensão e nada mais...
E ao porvir, entregaram-me à precisão
- quão doce frieza...
Tola tentativa de sentir, com a razão,
Já que enamoro a certeza!

Se a angustia me é a única sorte,
Azar que eu nada amei!
A não ser o dialeto inerte
De peito fraco que se perde
Ao único sobrepor da tristeza!
  

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