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terça-feira, 21 de maio de 2013

A cada vez que nego a existência minha




Joaquim Paranhos de Menezes

A cada vez que nego a existência minha,
A cada palavra que engulo
- E, portanto, me perfuro -
Com ideias que me privam sequer respirar,
Minha incrédula desventura
Me crava o desespero!

Se sou homem, mas sem fala,
- Que um mudo mais se deleita em palavras
Se prefiro a surdez
E balbucio apenas lágrimas...
- quem me dera se me fosse rugido-
Então, mundana desgraça,
Que venha a morte como dádiva!

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