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terça-feira, 21 de maio de 2013

Versos à minha terra


Joaquim Paranhos de Menezes


Estremeciam as flores púrpuras,
Em meio ao campo casto,
Pelo tênue toque do vento,
Gozando as pétalas puras.

Fatigavam os pássaros vívidos,
Cacarejando os sonetos agudos,
Ecoando às terras extensas,
Fartando os tantos ouvidos
Dos frutos, das flores, dos pastos...

Entre os levantes e ocasos
O aroma doce do relvado.
Os uivos das matas régias,
Que envolviam o âmago rústico,
E os brejos sossegados...

O sol nascente em vinho
Iluminava em roxo a pradaria.
O sol raiando a pino,
Fervilhava em brasas o meio dia
O sol fraquejava quando poente.
Alaranjava o baixo horizonte ,
Iniciando o regime da noite fria:

A luz iluminava pálida
Os contornos da vasta estância,
Tremeluzindo as sombras densas
Dos galhos e arbustos perenes-
Deitava-se no leito a noite gélida,
Deitava-se, porém, em tosca veemência.

Reclinada, a lua, sobre a terra úmida,
Escutava-se os sons bucólicos
Das intermináveis espécimes
Conjuntas da fauna orquestrada:
Em rugidos, roncos roucos
- insólitos-

Professava-se o clarão argentino.
Imponente, o vil lampião
Projetava os andares bailados -
Projetava-os em tom albino
Nos terraços aplainados.

Já em alta madrugada,
Seguia contrastando o alvo e o turvo,
Como surgiam nas primeiras horas
Das longas horas da noitada.

E seguiam Os Campos Elísios
- imensidão de verdes rígidos-
Em estática toada:
Compadres do dia quente,
Fregueses da vastidão estrelada...

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