Joaquim B Menezes
-“Caminhando
e cantando,
E
seguindo a canção”.
Tal
esta, do vento,
Solando
o sertão.
Com
único amigo,
Solto
um brado vivo,
Ao
ácido chão:
-“Caminhando
e cantando”
Sigo
em vão.
Segue
o retirante,
Seguindo
o levante,
Servindo
esperança
A
ave
De
cor do carvão.
Olho
ao redor.
Só
vejo suor
Das
áridas terras
Que
poucas, não são.
Continuo
o compasso.
Aquele
de aço,
Do
peito à perna.
A
lutar pela causa,
A
lutar pelo pão,
Continuo
a grunhir:
-“Caminhando
e cantando”
Sigo
em solidão.
Musiq’em
meu arfar
Do
ar duro de entrar,
Deveras
voraz
A
ao menos sevar
O
mais pobre aipim.
Condenado
a sanidade
De
saber o caminho,
Sabendo
o fim.
Ter
como vizinho
O
sol, o ardor.
Aquele
terror são!
Ter
como privilégio
A
vocalização.
E
volto:
-“Caminhando
e cantando”
Sigo
o coração.
Este
que bombeia
Ao
corpo mais pó,
Que
o sangue, já foi.
Tal
corpo nem veia
Sustenta,
nem devoção!
Eu,
porco franzino,
Só
rezo o credo
Da
comida na mão.
Só
rezo a canção:
-“Caminhando
e cantando”
E
seguindo então...
Poesia publicada no livro "Aldeias" da Editora Guemanisse.
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