Minha lista de blogs

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Doce lembrança




Joaquim B Menezes


Em sua cadeira,
Doce, o velho  balança.
Seu pensamento vago
Cede a amarga ou doce lembrança.

Palavra não sai.
Sai só matuto
Que a memória lança.

Sai só lembrança
De outrora.
Sua única herança!

E de outrora lembrança,
Sai e vai embora
Aquela vontad’e vingança.

Desta vontade,
Nada a ninguém.
O que mesmo arde
É só ter em lembrança
A visão de outrem.
A visão de outra época...
Para, inquieto,
E pensa em brado:

-Ah, tempo! Nem me deixa um lasco.
De minha antiga hora...
Nem tasco!
- Mas te reclamo, ainda, de volta
Aquela minha Dora!
- Te reclamo aquela minha vida,
Lembra-te?!
Ainda que sofrida,
Ainda é vida
Que me ao peito ainda bate!

-Pois, Seu Tempo,
Que fique claro:
Se me cobre a cara,
Te parto a trapo!

- Não me toca, pelo menos,
E fico calmo agora.
Depois, mas só outra hora,
Juro, te deixo em acenos.

Poesia classificada no  "11 Concurso Literário Guemanisse de Contos e Poesias" e publicado no livro "Aldeias" da Editora Guemanisse.

Nenhum comentário:

Postar um comentário