Joaquim B Menezes
Em
sua cadeira,
Doce,
o velho balança.
Seu
pensamento vago
Cede
a amarga ou doce lembrança.
Palavra
não sai.
Sai
só matuto
Que
a memória lança.
Sai
só lembrança
De
outrora.
Sua
única herança!
E
de outrora lembrança,
Sai
e vai embora
Aquela
vontad’e vingança.
Desta
vontade,
Nada
a ninguém.
O
que mesmo arde
É
só ter em lembrança
A
visão de outrem.
A
visão de outra época...
Para,
inquieto,
E
pensa em brado:
-Ah,
tempo! Nem me deixa um lasco.
De
minha antiga hora...
Nem
tasco!
-
Mas te reclamo, ainda, de volta
Aquela
minha Dora!
-
Te reclamo aquela minha vida,
Lembra-te?!
Ainda
que sofrida,
Ainda
é vida
Que
me ao peito ainda bate!
-Pois,
Seu Tempo,
Que
fique claro:
Se
me cobre a cara,
Te
parto a trapo!
-
Não me toca, pelo menos,
E
fico calmo agora.
Depois,
mas só outra hora,
Juro,
te deixo em acenos.
Poesia classificada no "11 Concurso Literário Guemanisse de Contos e Poesias" e publicado no livro "Aldeias" da Editora Guemanisse.
Nenhum comentário:
Postar um comentário