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segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Vida cortesã - Doce bacanal




Joaquim B Menezes

Ouço a voz doce.
Desce em meus ouvidos.
Perco o medo do perigo.
Esgota (ela) meu sentido.
Para.

Cessa a audição,
Começa, pois, a sensação.
Nada dela são.
Sou, pois, louco.

Ouço, mas não escuto.
Passo o beijo.
Vejo nada.
Tara.
Bate o coração.

São doentios
Os lábios frios
Que se aquecem,
Secam e descem.
Voltam.
Passam beijos.
Passo desejo.

O preço
Paga o beijo.
Sexto tempo.
Desce.
Ápice.
Vem a emoção.

Para, então, o balanço.
Desce, volta, cede
O ultimo tesão
Dos doentios
Tais seres.
O beijo paga o preço,
O ato gentio.
Vil. Humano.
Desaquece.

Devagar para o compasso.
Acabam-se os gozos
Da dança carnal.
Volta o barulho.
Re-escuto.
O anseio fica, novamente, raso.
Re-ouço aquela voz.
O preço
Paga o beijo.
Saio.

Poesia publicada no livro " Aldeias" da Editora Guemanisse.

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